quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

25 ° dia - Cochabamba - Santa Cruz de La Sierra

Cochabamba - Santa Cruz de la sierra. 
Distância 480km. 8 horas.

Trajeto muito travado, toda hora saia do asfalto para um calçamento irregular.  Acho que foi a última montanha que passamos, do percurso  total de 7 horas, três  horas foram só  para descer uma montanha  com aproximadamente  100km.  Estamos a 37 graus e já  estamos com saudades do frio. 
Turma, no fim da montanha  não  havia mar, muito  menos  uma cerveja,  não havia nem gasolino, rodamos um pouco  até  a primeira  cidade  . Chegando  na cidade advinha: cidade sem luz, sem bomba de gasolina  e uma fila gigante  no posto, as pessoas  tinham  fé  que  a energia  ia voltar. Perguntei  a um frentista o porquê  da fila gigante  e o porquê  de  tantas pessoas a pé  com galão  de gasolina, ele  me respondeu  que  na região  é  comum faltar combustível  e que às  pessoas  compram gasolina para  estocar e para vender para estrangeiros  ( acredite você  paga o dobro do preço  por  ser estrangeiro e não  são  todos os postos  que irão  querer vender para você,  pois a nossa nota fiscal  é  diferente ).
Desistimos da primeira  cidade , fomos a segunda  e terceira, todas lotadas  esperando o retorno  da luz.
Na quarta cidade não  teve  jeito,  paramos e ficamos  conversando  com uns nativos que não  sei se falavam quechua ou espanhou, nesse posto não  tinha fatura para estrangeiros.  Um funcionário  da lojinha  do posto, muito  gentil  de dispôs  a nos ajudar.  Ele pediu para uma mulher  que  acredito  ser sua esposa ir buscar um galão  e comprar  gasolina  para nós.  Ela furou a fila dos nativos  e nos deu a gasolina  , ao pagar ela vendeu pelo mesmo preço  dos bolivianos  e não  aceito nenhum  dinheirinho a mais como contribuição.  Achei  muito educado  e solidário esse casal.
Enquanto o David  resolvia as questões  de combustível  eu bati o maior papo com dois meninos que tentavam me vender uma gelatina . Seus nomes eram Fernando e Marcos , um com 6 e outro com 7 anos ,  eles ficavam pondo a mão  na moto próximo  ao cano de descarga, morri de medo deles se queimarem. Expliquei umas 4 vezes , onde era o lado caliente da moto. Eles reconheceram a bandeira da Bolívia  e do Peru, me explicaram que trabalham vendendo gelatina, mas que também  estudam , dói  o coração  ver crianças  trabalhando tão  duro

Nenhum comentário:

Postar um comentário