Cochabamba - Santa Cruz de la sierra.
Distância 480km. 8 horas.
Trajeto
muito travado, toda hora saia do asfalto para um calçamento irregular.
Acho que foi a última montanha que passamos, do percurso total de 7
horas, três horas foram só para descer uma montanha com
aproximadamente 100km. Estamos a 37 graus e já estamos com saudades
do frio.
Turma, no fim da montanha não havia
mar, muito menos uma cerveja, não havia nem gasolino, rodamos um
pouco até a primeira cidade . Chegando na cidade advinha: cidade
sem luz, sem bomba de gasolina e uma fila gigante no posto, as pessoas
tinham fé que a energia ia voltar. Perguntei a um frentista o
porquê da fila gigante e o porquê de tantas pessoas a pé com galão
de gasolina, ele me respondeu que na região é comum faltar
combustível e que às pessoas compram gasolina para estocar e para
vender para estrangeiros ( acredite você paga o dobro do preço por
ser estrangeiro e não são todos os postos que irão querer vender
para você, pois a nossa nota fiscal é diferente ).
Desistimos da primeira cidade , fomos a segunda e terceira, todas lotadas esperando o retorno da luz.
Na
quarta cidade não teve jeito, paramos e ficamos conversando com
uns nativos que não sei se falavam quechua ou espanhou, nesse posto não
tinha fatura para estrangeiros. Um funcionário da lojinha do posto,
muito gentil de dispôs a nos ajudar. Ele pediu para uma mulher que
acredito ser sua esposa ir buscar um galão e comprar gasolina para
nós. Ela furou a fila dos nativos e nos deu a gasolina , ao pagar
ela vendeu pelo mesmo preço dos bolivianos e não aceito nenhum
dinheirinho a mais como contribuição. Achei muito educado e
solidário esse casal.
Enquanto o David resolvia as
questões de combustível eu bati o maior papo com dois meninos que
tentavam me vender uma gelatina . Seus nomes eram Fernando e Marcos , um
com 6 e outro com 7 anos , eles ficavam pondo a mão na moto próximo
ao cano de descarga, morri de medo deles se queimarem. Expliquei umas 4
vezes , onde era o lado caliente da moto. Eles reconheceram a bandeira
da Bolívia e do Peru, me explicaram que trabalham vendendo gelatina,
mas que também estudam , dói o coração ver crianças trabalhando tão
duro
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